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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O PODER DA MÚSICA VI - LIGETI

Ligeti: Mysteries of the macabre


Berliner Philarmoniker
Sir Simon Rattle (dir)
Barbara Hannigan (sop)


Quem disse que a música contemporânea era aborrecida?

Do compositor de origem húngara György Ligeti, a bela soprano canadense Barbara Hannigan mostra todo o seu talento e a sua incrível voz numa divertida leitura de Simon Rattle com solistas da Filarmónica de Berlim. No youtube há videos da peça completa.


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

BOOKS FEED YOUR MIND XIII - 2

Susan Sontag

de "O amante do vulcão":




A baía de Nápoles com o Castello dell'ovo à direita e o Vesúvio ao fundo

O sul do sul

 "Todas as culturas têm os seus meridionais - gente que trabalha o menos possível, preferindo dançar, beber, querelar, matar as mulheres infiéis; (...) um maravilhoso sentido do ritmo, e encanto, encanto, encanto; gente pouco ambiciosa, ou antes, indolente, ignorante, supersticiosa, desinibida, nunca pontuais (...) que mau grado a sua pobreza e sordidez levam vidas invejáveis - ou antes, invejadas pelos setentrionais sacrificados do trabalho, sensualmente inibidos e com governos menos corruptos".

 "Todos os países, mesmo os países do Sul, têm o seu sul: abaixo do equador fica o Norte. Hanói tem Saigão, São Paulo tem o Rio, Deli tem Calcutá, Roma tem Nápoles e Nápoles, que para os do cimo da península que pende da barriga da Europa era já África, Nápoles tem Palermo, em forma de meia-lua"...)".  

BOOKS FEED YOUR MIND XIII - SUSAN SONTAG


 Acabei de ler "O amante do vulcão" de Susan sontag, escritora com quem tomo contacto pela primeira vez.


Susan Sontag


 A obra baseia-se na vida de Sir William Hamilton, embaixador britânico na corte de Nápoles, aristocrata do século das luzes, inveterado colecionador e, no final da vida, um dos mais notórios cornudos do seu tempo; é o que dá, casar com uma mulher muito mais nova!


Sir William e a sua primeira mulher, Catherine


 Decorrendo a accção no passado (1772-1815), a inteligente estratégia narrativa afasta-se da usada no romance histórico, e a cultura e o trabalho sério de investigação da autora poupam ao leitor a "erudição de wikipédia" que hoje grassa como uma praga entre este género literário.

 O texto versa sobre o amor (ao belo, à arte, ao conhecimento, mas também o dos que se amam) e o tempo de mudança que é o da revolução e o da substituição da velha ordem pela nova.


Emma Hamilton, a bela segunda mulher de Sir William

 Sendo a autora mulher e tendo como protagonistas várias mulheres, não encontramos no entanto a cedência a uma escrita feminil ou feminista, mas antes um texto fluído, vivo e exigente, que convoca a literacia e erudição do leitor.

 Deixo um excerto no próximo post.