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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ÍCONES DO CINEMA: JOHN BARRYMORE





     Vi há poucos dias "Grand Hotel", uma fita de 1932 com este actor e a divina Grabo, para além do seu irmão, Lionel Barrymore.

     O filme está longe de ser dos melhores da época, mas exprime indubitavelmente a allure dos anos trinta.

     Onde pára a elegância, hoje?




    


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

NA MORTE DE CLAUDIO ABBADO



  
     Morreu aos oitenta anos o maestro Claudio Abbado.

     Talvez o último de uma linhagem de notáveis maestros italianos que abordaram o reportório romântico e da primeira metade do Séc. XX, Abbado sempre colocou a música em primeiro lugar.

     Tenho alguns discos dele, nomeadamente uma espantosa leitura da nona sinfonia de Mahler com a Berliner Philarmoniker, orquestra da qual foi maestro titular, cabendo-lhe a dura tarefa de substituir o carismático Herbert Von Karajan.

     São também de referência as gravações dos concertos de Mozart com Maria João Pires, com quem colaborava regularmente.

     Claudio Abbado foi um grande defensor e divulgador da música contemporânea, desde logo dos compositores seus compatriotas Luciano Berio e Luigi Nono, mas também da música de Arnold Schönberg e da segunda escola de Viena.

     Fundou e dirigiu inúmeras vezes a Orquestra de Jovens Gustav Mahler bem como a Orquestra de Jovens da União Europeia, e era grande o seu amor pelo ensino e pela passagem da sua arte às novas gerações.

     Era visível a sua satisfação quando dirigia no Festival de Lucerna, do qual foi director durante a última fase da sua carreira. A sua felicidade passava para os músicos e destes, para os espectadores. 

     O mundo da arte e da cultura fica mais pobre e a sua falta será grandemente sentida.


    

sábado, 11 de janeiro de 2014

BOOKS FEED YOUR MIND X: JOSEPH CONRAD





Joseph Conrad, escritor de língua inglesa mas de origem polaca, foi um dos mais modernos homens de letras do seu tempo.

Viajado e cosmopolita – foi embarcado na marinha mercante - correu mundo e buscou inspiração e enredo em muito do que viu e sentiu.

Da sua colectânea de contos, sugestivamente chamada “Tales of unrest” e que teve para português a tradução de “Histórias inquietas”, deixo um excerto do conto “Um posto avançado do progresso”.



Os "civilizadores" e os "selvagens". Quem era quem?



   “Viviam como cegos numa sala grande, apercebendo-se apenas do que entrava em contacto directamente com eles (e apenas imperfeitamente), incapazes de ver o aspecto geral das coisas. O rio, a floresta, toda aquela extensão de terra palpitante de vida, eram, para eles, apenas uma imensa solidão. Mesmo a luz brilhante do sol não lhes revelava o que quer que fosse. As coisas apareciam-lhes e desapareciam-lhes da frente dos olhos sem intencionalidade nem ligação. O rio parecia vir de nenhures e correr para nenhures. Fluía no vazio. Deste vazio, às vezes, saíam canos e homens com lanças nas mãos que invadiam dum momento para o outro o pátio do posto. Vinham nus, dum negro reluzente, eram perfeitos de membros e usavam adornos de conchas brancas e fios de latão ao pescoço. Falavam num blá-blá estranho e gutural, caminhavam com altivez e lançavam com aqueles olhos espantados e sempre em movimento olhares rápidos e selvagens. Os guerreiros acocoravam-se em compridas filas de quatro ou mais homens em frente à varanda, enquanto os chefes discutiam durante horas com Makola sobre uma presa de elefante. Sentado numa cadeira, Kayerts seguia da varanda o debate sem perceber patavina. Olhava para eles com os olhos azuis muito abertos e chamava por Carlier em voz alta: - Olhe! Olhe para aquele tipo ali; e o outro, à esquerda. Já viu alguma vez uma cara assim? Que animal!”

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

O PODER DA MÚSICA IV JOHANN SEBASTIAN BACH



Bach foi o compositor perfeito; nada do que compôs é mediocre e quase tudo é sublime.
Durante a sua vida, compôs mais de trezentas cantatas, das quais cerca de cem se perderam.
A maior parte destas obras eram compostas e ensaiadas ao longo da semana, para serem executadas no domingo seguinte, segundo o calendário litúrgico.
A cantata BWV 58 foi composta para ser executada no primeiro domingo a seguir ao ano novo de 1727.
A interpretação está a cargo dos Concentus Musicus Wien sob a direcção de Nikolaus Harnoncourt.
Este músico austríaco e o holandês Gustav Leonhardt gravaram com os seus respectivos grupos (Concentus Musicus Wien e Leonhardt Consort) a integral das cantatas sacras ao longo de mais de dez anos e  as suas leituras continuam, na minha opinião, insuperáveis.






quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O PODER DA MÚSICA III RICHARD STRAUSS






No ano em que se comemoram 150 anos sobre o nascimento de Richard Strauss, excerto do seu poema sinfónico "Tod und Verklärung" (Morte e transfiguração).

Bom ano novo!