Pesquisar neste blogue

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

NA MORTE DE CLAUDIO ABBADO



  
     Morreu aos oitenta anos o maestro Claudio Abbado.

     Talvez o último de uma linhagem de notáveis maestros italianos que abordaram o reportório romântico e da primeira metade do Séc. XX, Abbado sempre colocou a música em primeiro lugar.

     Tenho alguns discos dele, nomeadamente uma espantosa leitura da nona sinfonia de Mahler com a Berliner Philarmoniker, orquestra da qual foi maestro titular, cabendo-lhe a dura tarefa de substituir o carismático Herbert Von Karajan.

     São também de referência as gravações dos concertos de Mozart com Maria João Pires, com quem colaborava regularmente.

     Claudio Abbado foi um grande defensor e divulgador da música contemporânea, desde logo dos compositores seus compatriotas Luciano Berio e Luigi Nono, mas também da música de Arnold Schönberg e da segunda escola de Viena.

     Fundou e dirigiu inúmeras vezes a Orquestra de Jovens Gustav Mahler bem como a Orquestra de Jovens da União Europeia, e era grande o seu amor pelo ensino e pela passagem da sua arte às novas gerações.

     Era visível a sua satisfação quando dirigia no Festival de Lucerna, do qual foi director durante a última fase da sua carreira. A sua felicidade passava para os músicos e destes, para os espectadores. 

     O mundo da arte e da cultura fica mais pobre e a sua falta será grandemente sentida.


    

Sem comentários:

Enviar um comentário